24
Ago 11

"OS MITOS DA AVENTURA":

 

1.      Fim do Estado Novo

2.      Restituição da Liberdade

3.      Democracia

 

1. Fim do Estado Novo

O Estado Novo identifica-se com Salazar!

E Este, deu-lhe início em 1928.07.27, quando aceitou a pasta da Finanças, reforçou-o em 1932.07.05, quando assumiu os destinos da Nação, confirmou-o em 1933.03.19, com a entrada em vigor da Constituição que poria fim à ditadura militar.

Em 1968.08.03, havíamos dele conhecer o fim.

O Estado Novo tivera início com o seu mentor, e com Ele terminaria.

A partir daquela data, desvanece-se a vontade de "querer", liberaliza-se a autoridade e determina-se a liquidação daquele período.

De 1974 em diante, assistimos ao desmoronar do Edifício Nacional, por passagem do testemunho, cuja fragilidade seria responsável pela maior crise identitária, promovida e consentida por aquela Comissão Liquidatária.

O exposto, configura a inverdade abrilista relativamente à vitória sobre o Estado Novo.

A mentira apresenta-se como verdade … e revela o equívoco!

O fenómeno abrilista, resulta da ambivalência dos valores; não se deduz dele próprio, e nasce de uma dúbia pluralidade de expedientes que haviam de conduzir progressivamente à ruína económica, social e moral da Nação.

Foi o expoente máximo entre duas realidades: a irracionalidade e a mentira!

Como acontecimento, foi uma aventura inconsequente; uma leviandade paga com milhares de vidas humanas.

Temos portanto que o 25 de Abril foi a vitória sobre a fragilidade e a credulidade dos seis anos anteriores, e nunca a derrota do Estado de Direito, autoritário e patriótico, vivido até 1968 – o Estado Novo; foi também o início de uma cultura do pensamento, à luz de uma pretensa bandeira, também ela pretensiosamente heróica, que dotaria a Nação de uma cultura iníqua e tão sinistra quanto a sua acção.

 

 

2. Restituição da Liberdade

 

Liberdade e liberdades … duas verdades!

 

O Homem move-se na busca do bem-estar, fá-lo de forma espontânea, por livre iniciativa, e dignifica-se pelas fórmulas encontradas, essenciais à sua vida pessoal e alheia. Constrói a ordem social.

A criatividade do Homem, não está limitada pela Liberdade nem colide com a evolução do conjunto. Move-se nos limites do bem e do mal, obrigando-se naturalmente à lei moral, a fim de garantir a sua própria Liberdade com a verdade. Para o promover, apela às suas capacidades espirituais e morais, interioriza-as e pratica-as. Consciente das injustiças que adviriam do contrário, aplica este conhecimento às áreas económica, social, política e cultural.

A isto se chama Liberdade!

O oposto, são liberdades.

 

Com o 25 de Abril, manobrados os espíritos menos avisados, desorganiza-se a Nação, a política substitui a governação, e os anteriores valores, reais, desejados, são adulterados, pervertidos, conhecendo como limite, a inversão dos mesmos e como meta a mobilização do pensamento.

Em ambiente de grandes liberdades, a política ultrapassa a fronteira do razoável, e alimenta-se do possível; opõe-se à moral, subverte a consciência; impõe-se à razão; favorece a anarquia, o desequilíbrio e a instabilidade.

Em Liberdade, a moral, transcende a política e apela às consciências; significa razão, ordem, disciplina e justiça.

Esta dualidade de valores, representa o antes e o depois. A edificação e a destruição! São conceitos diametralmente opostos.

A Liberdade conhece deveres, o respeito e os limites impostos à boa convivência, enquanto que liberdades, só no infinito reconhece os direitos colectivos, e apenas conhece direitos individuais; convive unicamente com o verbo encher (mais concretamente encher-se)!

Liberdade significa SERVIR; liberdades … significa SERVIR-SE.

 

Pelo que está dito, se verifica, que 25 de Abril e liberdades … são o mito da Liberdade!

 

 

3. Democracia

Não sei o que isso é!

 

 

João Gomes

publicado por mitouverdade às 21:08

18
Mai 11

Para os mais jovens, particularmente para aqueles que nasceram depois de Abril de 1974, não é fácil descrever como era viver em Portugal no período salazarista.

Uma descrição sucinta desse quase meio século de regime pode ter vários ângulos de abordagem. O fraco desenvolvimento industrial, as profundas desigualdades sociais, a pobreza de muitos cidadãos, a ausência de direitos dos trabalhadores, como o direito à greve, o conservadorismo nos costumes, a política colonial que levaria à guerra, a partir dos anos 60, sobretudo em Angola, Moçambique e Guiné, a atitude paternalista face às populações e aos seus anseios, a ausência de liberdade de formar partidos políticos, de reunião e de expressão do pensamento através da comunicação social, o desrespeito pelos Direitos do Homem, as prisões arbitrárias, a tortura infligida aos presos políticos constituem apenas algumas das características do Portugal de então.

Mesmo para quem tenha vivido nesse tempo, há por vezes dados que a memória foi apagando. Sabia o leitor, por exemplo, que as mulheres apenas tiveram direito de voto depois de 1968? Que apenas em 1971, três anos antes do 25 de Abril, uma mulher foi nomeada para um cargo governativo (Secretária de Estado da Assistência)? Que até 1969 as mulheres só poderiam sair do país, mesmo para um curto período de férias, se apresentassem uma autorização escrita dos maridos? Que uma bebida como a Coca Cola era proibida?

No capítulo da comunicação social, uma feroz censura prévia, exercida por comissões de censura, compostas sobretudo por militares reformados, examinava previamente tudo o que se destinava a ser publicado nos órgãos de comunicação e indicava tudo o que era proibido: notícias ou comentários, ou mesmo imagens, que reflectissem, directa ou indirectamente, alguma crítica ao regime, aos seus dirigentes e às suas decisões e opiniões. Durante muitos anos, houve mesmo pessoas, cujos nomes não poderiam ser publicados, como aconteceu com o do Bispo do Porto, depois de críticas que dirigiu ao regime. A polícia apreendia, nas editoras ou mesmo nas livrarias, livros que fossem considerados subversivos, impedindo a sua venda ao público. A legislação dificultava a criação de jornais e, durante muitos anos, só se poderia ser director de um jornal se a censura expressamente o autorizasse. Nas chamadas províncias ultramarinas, a legislação em vigor impunha que os livros apreendidos fossem queimados pelo fogo!...

Com este quadro, aqui retratado de forma muito sucinta, quem se poderia admirar da euforia com que o 25 de Abril foi recebido pela generalidade dos portugueses?...

 

 

(Alberto Arons de Carvalho - Maio de 2011)

publicado por mitouverdade às 17:06

O "Mito ou Verdade" propôs ao Jornalista, Assistente Universitário e Político  Alberto Arons de Carvalho  que realizasse uma pequena crónica acerca de Salazar e do Estado-Novo. No entanto antes de a expormos iremos apresentar uma pequena biografia do nosso Cronista:                               

 

 

 

 

 

 

 

Alberto Arons Braga de Carvalho nasceu em Lisboa em 20 de Setembro de 1949.

Licenciado em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi redactor dos jornais República (1974-1975) e de A Luta (1975-1976), assistente da Escola Superior de Meios de Comunicação Social (1979-1981) e da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (desde 1983).

Candidato a deputado pela Oposição Democrática, nas eleições legislativas de 1973, aderiu ao Partido Socialista em 1974. Foi dirigente da JS, deputado à Assembleia Constituinte (1975-1976) e, posteriormente, à Assembleia da República, durante nove legislaturas (1976-2009). Foi vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS (1994-1995) e chamado a integrar os XIII e XIV Governos, como Secretário de Estado da Comunicação Social. Foi membro do Conselho de Imprensa (1975 e 1985-1988).

É autor de "Valerá a pena desmenti-los?" (2002), "A Liberdade de Informação e o Conselho de Imprensa" (1986), "A Censura e as Leis de Imprensa" (1973) — reeditado sob o título "A Censura à Imprensa na Época Marcelista" (1999) —, e co-autor de "Da Liberdade de Imprensa" (1971) e "Direito da Comunicação Social" (2003).


   

 

publicado por mitouverdade às 16:52

16
Mai 11

Acordas

na madrugada

manajeira

mulher mãe

começa a bater nas portas

acordas mulheres também

espera-vos 

campo

seara

suor

tranformado em pão

saudades do companheiro

que levado para a prisão

pelo pide que te odeia

porque lhe disseste 

não

quando ele queria 

o teu corpo

três vezes disseste-lhe

não

ceifeira

rosto cansado

olhos pretos

solidão

voltaste

a dizer que não

à besta daquele 

pide

que te meteu na prisão

papoila linda ceifeira

morreste dizendo

Não

que bela a tua jornada

abraço-te companheira

obrigada camarada

 

(Ester Pita - Maio de 2011)

publicado por mitouverdade às 18:26

O "Mito ou Verdade" execedeu-se no que à inovação diz respeito e propôs à bloguer, Comunista (como faz questão que digamos) e poetisa Ester Pita  que realizasse um poema onde retratasse a condição de uma mulher (no caso, Alentejana) no periodo do Estado-Novo. 

 

 

 

publicado por mitouverdade às 18:12

10
Mai 11

Quis a vida que eu vivesse em Estados totalitários de diversos campos políticos. Vivi até aos 18 anos em Portugal, sendo que parte da minha juventude decorreu antes do 25 de Abril de 1974, ou seja, durante uma ditadura de direita.

Originário de uma família simples, a tomada de consciência política e cívica ocorreu durante a minha passagem pelo Seminário da Ordem dos Combonianos, missionários que tiveram sérios problemas com o regime vigente em Portugal devido às suas posições fortemente críticas face à ação colonial dele em Moçambique. Foi precisamente aí que tomei contato com novas ideias políticas.

No entanto, o 25 de Abril de 1974 acelerou o processo de maturidade política, levando-me, nesse percurso, a aderir à União dos Estudantes Comunitas (UEC). Esta decisão deveu-se fundamentalmente ao descontentamento face às discrepâncias sociais existentes no nosso país. Enquanto jovem de uma família humilde, considerei que o socialismo marxista-leninista poderia ser a solução para os problemas de Portugal e da Humanidade.

Foi precisamente essa opção política que me levou a vir estudar para a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em Setembro de 1977.

Chegado ao país que para os comunistas materializava “o futuro radioso da Humanidade” e o “socialismo desenvolvido”, constatei que a realidade pouco ou nada tinha a ver com a utopia de esquerda. Sendo um regime com um sinal ideológico contrário ao do Estado Novo em Portugal, o comunismo tem numerosas semelhantes, principalmente no que toca à violação dos mais elementares direitos humanos.

O processo de revisão da filosofia política e ideológica foi gradual, decorreu à medida que ia conhecendo cada vez mais profundamente o regime existente na União Soviética, tendo levado à rutura total com o comunismo, enquanto solução para os problemas das sociedades.

Para mim, não existem objetivos sociais e políticos nobres que justifiquem a existência de censura da imprensa, da expressão e do pensamento, a perseguição política de pessoas com ideias diferentes, bem como a limitação de outras liberdades fundamentais.

No fundo, o comunismo em pouco ou nada se distingue do Estado Novo, não obstante serem regimes de campos políticos diferentes.

 

(José Milhazes - Maio de 2011)

publicado por mitouverdade às 14:47

O "Mito ou Verdade", na linha de uma certa inovação, propôs ao Jornalista e bloguer José Milhazes  que realizasse uma pequena crónica acerca da vida de um jovem debaixo do Estado-Novo. No entanto antes de a expormos iremos apresentar uma pequena biografia do nosso Cronista :

 

 

 

 

 

 

 José Manuel Milhazes Pinto nasceu na Póvoa de Varzim, a 2 de Outubro de 1958, e é um jornalista e historiador português.

Começou os estudos secundários na Ordem Missionária dos Combonianos, mas terminou-os no Liceu Eça de Queirós da terra natal. Em 1977, parte para a União Soviética a fim de cursar História da Rússia e assistir à “construção do comunismo”, tendo  podido levar a cabo os seus estudos na Universidade Estatal de Moscovo (Lomonossov).

Formado em 1983, constituiu família e ficou a residir na URSS, dedicando-se à tradução de obras literárias (Tolstoi, Turgueniev, Erofeev), e políticas (Brejnev, Andropov, Chernenko, Gorbatchov), bem como de filmes de ficção de língua russa para português. A 8 de Agosto de 1989, escreve a primeira crónica para a TSF e, no ano seguinte, com o lançamento do jornal "Público", torna-se seu correspondente em Moscovo. Em 2002, começa também a colaborar com a SIC. A longa permanência na União Soviética e, depois, na Rússia, permitiu-lhe assistir e participar num dos períodos mais agitados do séc. XX: a queda da “cortina de ferro” e a formação de novos Estados no Leste da Europa.

É, juntamente com o jornalista Carlos Milhazes, um dos correspondentes na Rússia mais destacados da televisão portuguesa. Para isso também contribui a sua voz, extremamente parecida com a do escritor Baptista Bastos, imitada por alguns humoristas portugueses.

O gosto pela História e a vontade de aprofundar o estudo dos “laços entre o Partido Comunista Português e o Partido Comunista da União Soviética” leva-o a realizar trabalhos de investigação nos arquivos soviéticos para o Instituto de Ciências Sociais da Universidade Clássica de Lisboa e Fundação Mário Soares.

Actualmente, nas poucas horas livres de que dispõe, prepara a sua tese de doutoramento na Universidade do Porto sobre as "Influências do liberalismo português e espanhol no movimento dezembrista russo de 1825".

Recentemente lançou duas obras que foram "Samora Machel - Atentado ou Acidente?" e "Angola - O Princípio do Fim da União Soviética".

 

 

publicado por mitouverdade às 14:36

02
Mai 11

Durante todo o regime fascista, a mulher não teve um estatuto de independência e igualdade. Tanto na família como na sociedade, a mulher era considerada um ser inferior ao homem, dependente do marido ou do pai, que era o chefe da família. Esta visão patriarcal, partia de valores fascistas bem conhecidos, da lamentável trilogia “Deus, Pátria e Família” em que à mulher era destinado o papel da “fada” do lar e ao homem a responsabilidade do trabalho, da intervenção pública. Certas profissões estavam interditas às mulheres e toda a educação era feita na base das desigualdades de género.

Durante alguns anos, até a escolaridade básica para as mulheres era de apenas três anos, enquanto para os homens era de quatro anos. Salazar considerava que bastava saber “ler, escrever e contar”. Tudo isto contribuiu para o atraso de Portugal.

Só com a revolução de 25 de Abril de 1974 é que se pôs fim a esta situação.

A Constituição da República de 1976 consagrou, pela primeira vez em Portugal, o estatuto da igualdade e proibiu todas as discriminações.

Mas ainda falta muito para que a igualdade de género seja a realidade quotidiana da nossa sociedade. Vamos continuar a lutar contra as discriminações de que as mulheres continuam a ser vítimas e pela igualdade no progresso social.

 

(Ilda Figueiredo - Maio de 2011)

publicado por mitouverdade às 17:53

O "Mito ou Verdade", na linha de uma certa inovação, propôs a Eurodeputada e Economista Ilda Figueiredo  que realizasse uma pequena crónica acerca a Condição da Mulher no Estado-Novo. No entanto antes de a expormos iremos apresentar uma pequena biografia da nossa Cronista :

 

 

 

 

 

 

 

 

Maria Ilda da Costa Figueiredo nasceu no Troviscal, Oliveira do Bairro, em 30 de Outubro de 1948, no seio de uma família de agricultores.

Desde cedo decidiu cursar Economia, mas, antes de o fazer, e por sugestão dos pais, obteve formação que lhe permitiu desempenhar as funções de professora primária. No ano lectivo de 1967-1968 matriculou-se na Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

Casou no dia do seu 19.º aniversário, mantendo residência em Aveiro e deslocando-se diariamente de comboio até ao Porto. Durante o seu segundo ano de casada foi viver para Vila Nova de Gaia onde melhor pôde conciliar a docência com os estudos, como aluna voluntária.

Durante a licenciatura confraternizou com colegas no "Café do Piolho", aos Leões, e foi incentivada por docentes como o Professor Jesus.

Em 1973 terminou o curso de Economia e, no ano seguinte, tornou-se militante do Partido Comunista Português.

Frequentou igualmente um mestrado em Administração e Planificação da Educação na Universidade Portucalense (1998), e o curso de Estudos Superiores Especializados em Administração Escolar, na Escola Superior de Educação do Porto.

No PCP pertenceu ao sector intelectual da Direcção e à Direcção Regional do Porto e desde os anos noventa que é membro do Comité Central.

Foi deputada à Assembleia da República entre 1979 e 1991, vereadora da Câmara Municipal de Gaia entre 1983 e 1991 e membro da respectiva Assembleia Municipal. Foi também Vereadora da Câmara Municipal do Porto entre 1994 e 1999.

Na sua passagem pela edilidade gaiense ficou associada, enquanto Vereadora do Ambiente, ao projecto do Parque Biológico, vocacionado para a educação ambiental.

Ilda Figueiredo leccionou no ensino básico durante um ano, foi professora na Escola Secundária Almeida Garrett, em Vila Nova de Gaia, e no Instituto Superior Jean Piaget, e orientou acções de formação sobre Organização Pedagógica da Escola e Gestão de Escolas.

Integrou a comissão organizadora que preparou a criação da Associação Nacional de Municípios, trabalhou como economista no Sindicato Têxtil do Porto e na União dos Sindicatos do Porto/CGTP.

É autora de artigos e de livros, nomeadamente sobre educação, foi colunista do Jornal de Notícias e colaboradora da rádio TSF.

É deputada ao Parlamento Europeu desde Julho de 1999, onde exerce os cargos de Vice-Presidente do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde, de Vice-Presidente da Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais e é Membro da Comissão dos Direitos das Mulheres e da Igualdade dos Géneros, da Delegação para as Relações com o Mercosul e da Delegação à Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana e, ainda, Membro Suplente da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e da Delegação à Assembleia Parlamentar Euro-Mediterrânica.

 

publicado por mitouverdade às 17:38

12
Abr 11

Quando em 27 de Abril de 1928 o DOUTOR ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR assumiu a pasta das Finanças, a situação era angustiosa, pelo estado de ruína material que se atingira e pela convicção quase geral de que se não podia lutar contra a fatalidade implacável das circunstâncias criadas pela incompetência, pela imprevidência e pela criminosa leviandade dos governos democráticos.

Impostos os poderes necessários, a Nação vergou-se, e Salazar restaurou o equilíbrio das contas públicas.

 

Concretizou a restauração material, moral e nacional.

 

Doutrinou e reanimou a Alma Nacional!

 

São valores em extinção e também por isso a nossa obrigação em os relembrar e preservar. É nosso dever moral repeti-los insistente e incessantemente, seguindo-lhe o exemplo:

 

 «Pois é preciso que gritemos tão alto a verdade, que demos tal relevo à verdade que os surdos a ouçam e os próprios cegos a vejam».

 

Salazar dotou a Nação de uma doutrina. A Nação passou a ter uma política de identidade. Assentou na Trilogia e defendeu uma Pátria Una, Eterna, Multirracial e Pluricontinental. Para Salazar, a Pátria não era apenas o espaço físico, a matéria inerte e insensível, mas o conjunto desse espaço com o conjunto da matéria viva, que tinha corpo, mente, alma e espírito: "O Ser humano". Salazar tinha da Pátria uma visão global, que impunha a cada cidadão o dever de construir para o bem comum, sendo que o bem comum só tinha razão de ser, se satisfizesse as necessidades individuais, para que estas, por sua vez, satisfeitas, proporcionassem a cada indivíduo ficar ao serviço do colectivo. Salazar promoveu, portanto, na perfeição, uma política de Vitalidade que defendeu a Unidade na Diversidade.

 

Na agitação do seu tempo, soube gerir os reflexos da 1ª Guerra Mundial, as consequências da 1ª República, as expectativas sobre o que surgisse da Guerra Civil Espanhola, a neutralidade na 2ª Guerra Mundial e a defesa intransigente dos Territórios Ultramarinos (coisa pouca).

Teve perante todos estes conflitos, uma atitude de Estadista. Movimentou-se por entre as elites mundiais e era respeitado. Foi um Homem iluminado com um perfeito domínio emocional, mental e espiritual.

Recusou a intriga e o compadrio. Sobrepôs ao País legal (Estado), o País real (Nação), a este impôs uma Constituição, e a ela, ele próprio se submeteu.

 

Salazar, conhecedor do comportamento humano, da incapacidade de se chegar a consensos, da morosidade de se tomarem decisões, soube dosear o pluralismo; com a Constituição de 1933 pôs fim à ditadura militar e devolveu a liberdade aos cidadãos reduzindo-a à sua utilidade. Foi bem claro quando se referia à liberdade:

 

«Aquém, a autoridade que cria a ordem e a ordem que condiciona a liberdade; além, a liberdade, tomada no vago, no absoluto, e desprendida de todo o condicionalismo social, a liberdade até aos paroxismos da anarquia»

 

Ou ainda,

 

«O grau das liberdades públicas efectivas depende da capacidade dos cidadãos, não da concessão magnânima do Estado»

 

E por fim,

 

«… Isto é, as liberdades interessam na medida em que podem ser exercidas, e não na medida em que são promulgadas»

 

Sempre que estivesse em causa a soberania de Portugal, Salazar impunha-se pela força da razão, ainda que para isso, tivesse que impor a razão pela força, sempre que as circunstâncias o aconselhassem e delas retirasse como única finalidade, a defesa do território, o bem-estar ou a vida dos portugueses.

 

É célebre a frase: Para Angola, rapidamente e em força!

 

Organizou a Nação, subordinando os interesses particulares ao interesse comum.

Limitou à liberdade colectiva, a liberdade individual, desmedida.

Formou o Estado Corporativo, fundado nas realidades sociais e dominado pela noção do valor espiritual da vida humana.

Restabeleceu a ideia de Nação, constituída em unidade Moral, Económica e Política; Instituiu o direito ao Trabalho; Reconheceu os agrupamentos naturais de trabalhadores e de empresas; Reconheceu a solidariedade entre o Capital e o Trabalho; Defendeu o trabalho nacional, fez prevalecer à concorrência da mão-de-obra estrangeira, os interesses dos trabalhadores portugueses.

 

Promoveu a construção de Casas Económicas, Casas do povo e dos Pescadores; Criou a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho, com a finalidade do aproveitamento útil do tempo disponível dos trabalhadores; Criou Instituições de Previdência.

 

Defendeu a Família, que considerou a célula social como fonte de conservação e desenvolvimento da raça; Criou a Mocidade Portuguesa com o fim de exaltar as grandes virtudes cívicas e morais e a saúde física da juventude; Instituiu a Obra das Mães pela Educação Nacional, destinada a estimular a acção educativa da família e a assegurar a cooperação com a escola.

 

Na defesa da Cultura, teve o Secretariado de Propaganda Nacional acção preponderante, com a criação do Teatro do Povo, do Cinema Popular, Exposições nacionais e internacionais, e com a instituição de prémios literários e artísticos.

 

Empreendeu uma equilibrada política militar: a possível. Elaborou um vasto programa naval; reorganizou o Exército.

 

Não descorou a Defesa Territorial. Criou a Legião Portuguesa, cujo património espiritual da Nação eram a Fé, a Família, a Moral Cristã, a Autoridade e a Liberdade da Terra Portuguesa.

 

Tão necessário se torna relembrar, hoje e todos os dias, quem fomos, para nos descomplexarmos da nossa origem e destemidamente defendermos os nossos valores, que se apresentam tão envergonhados.

 

Temos que ter a coragem de repor as grandes certezas, e repetir incansavelmente (passo a citar):

 

  1. Não discutimos Deus e a Virtude;
  2. Não discutimos a Pátria e a sua História;
  3. Não discutimos a Autoridade e o seu Prestígio;
  4. Não discutimos a Família e a sua Moral;
  5. Não discutimos a Glória do Trabalho e o seu Dever.

 

 

(João Gomes - Abril de 2011)

publicado por mitouverdade às 21:00

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