Durante todo o regime fascista, a mulher não teve um estatuto de independência e igualdade. Tanto na família como na sociedade, a mulher era considerada um ser inferior ao homem, dependente do marido ou do pai, que era o chefe da família. Esta visão patriarcal, partia de valores fascistas bem conhecidos, da lamentável trilogia “Deus, Pátria e Família” em que à mulher era destinado o papel da “fada” do lar e ao homem a responsabilidade do trabalho, da intervenção pública. Certas profissões estavam interditas às mulheres e toda a educação era feita na base das desigualdades de género.
Durante alguns anos, até a escolaridade básica para as mulheres era de apenas três anos, enquanto para os homens era de quatro anos. Salazar considerava que bastava saber “ler, escrever e contar”. Tudo isto contribuiu para o atraso de Portugal.
Só com a revolução de 25 de Abril de 1974 é que se pôs fim a esta situação.
A Constituição da República de 1976 consagrou, pela primeira vez em Portugal, o estatuto da igualdade e proibiu todas as discriminações.
Mas ainda falta muito para que a igualdade de género seja a realidade quotidiana da nossa sociedade. Vamos continuar a lutar contra as discriminações de que as mulheres continuam a ser vítimas e pela igualdade no progresso social.
(Ilda Figueiredo - Maio de 2011)