"OS MITOS DA AVENTURA":
1. Fim do Estado Novo
2. Restituição da Liberdade
3. Democracia
1. Fim do Estado Novo
O Estado Novo identifica-se com Salazar!
E Este, deu-lhe início em 1928.07.27, quando aceitou a pasta da Finanças, reforçou-o em 1932.07.05, quando assumiu os destinos da Nação, confirmou-o em 1933.03.19, com a entrada em vigor da Constituição que poria fim à ditadura militar.
Em 1968.08.03, havíamos dele conhecer o fim.
O Estado Novo tivera início com o seu mentor, e com Ele terminaria.
A partir daquela data, desvanece-se a vontade de "querer", liberaliza-se a autoridade e determina-se a liquidação daquele período.
De 1974 em diante, assistimos ao desmoronar do Edifício Nacional, por passagem do testemunho, cuja fragilidade seria responsável pela maior crise identitária, promovida e consentida por aquela Comissão Liquidatária.
O exposto, configura a inverdade abrilista relativamente à vitória sobre o Estado Novo.
A mentira apresenta-se como verdade … e revela o equívoco!
O fenómeno abrilista, resulta da ambivalência dos valores; não se deduz dele próprio, e nasce de uma dúbia pluralidade de expedientes que haviam de conduzir progressivamente à ruína económica, social e moral da Nação.
Foi o expoente máximo entre duas realidades: a irracionalidade e a mentira!
Como acontecimento, foi uma aventura inconsequente; uma leviandade paga com milhares de vidas humanas.
Temos portanto que o 25 de Abril foi a vitória sobre a fragilidade e a credulidade dos seis anos anteriores, e nunca a derrota do Estado de Direito, autoritário e patriótico, vivido até 1968 – o Estado Novo; foi também o início de uma cultura do pensamento, à luz de uma pretensa bandeira, também ela pretensiosamente heróica, que dotaria a Nação de uma cultura iníqua e tão sinistra quanto a sua acção.
2. Restituição da Liberdade
Liberdade e liberdades … duas verdades!
O Homem move-se na busca do bem-estar, fá-lo de forma espontânea, por livre iniciativa, e dignifica-se pelas fórmulas encontradas, essenciais à sua vida pessoal e alheia. Constrói a ordem social.
A criatividade do Homem, não está limitada pela Liberdade nem colide com a evolução do conjunto. Move-se nos limites do bem e do mal, obrigando-se naturalmente à lei moral, a fim de garantir a sua própria Liberdade com a verdade. Para o promover, apela às suas capacidades espirituais e morais, interioriza-as e pratica-as. Consciente das injustiças que adviriam do contrário, aplica este conhecimento às áreas económica, social, política e cultural.
A isto se chama Liberdade!
O oposto, são liberdades.
Com o 25 de Abril, manobrados os espíritos menos avisados, desorganiza-se a Nação, a política substitui a governação, e os anteriores valores, reais, desejados, são adulterados, pervertidos, conhecendo como limite, a inversão dos mesmos e como meta a mobilização do pensamento.
Em ambiente de grandes liberdades, a política ultrapassa a fronteira do razoável, e alimenta-se do possível; opõe-se à moral, subverte a consciência; impõe-se à razão; favorece a anarquia, o desequilíbrio e a instabilidade.
Em Liberdade, a moral, transcende a política e apela às consciências; significa razão, ordem, disciplina e justiça.
Esta dualidade de valores, representa o antes e o depois. A edificação e a destruição! São conceitos diametralmente opostos.
A Liberdade conhece deveres, o respeito e os limites impostos à boa convivência, enquanto que liberdades, só no infinito reconhece os direitos colectivos, e apenas conhece direitos individuais; convive unicamente com o verbo encher (mais concretamente encher-se)!
Liberdade significa SERVIR; liberdades … significa SERVIR-SE.
Pelo que está dito, se verifica, que 25 de Abril e liberdades … são o mito da Liberdade!
3. Democracia
Não sei o que isso é!
João Gomes